quinta-feira, 2 de julho de 2009

Carta de amor


Quando as lágrimas são de amor não há sabor a sal,
mineral, alquimicamente produzido pela dor.
O seu sabor quase alcalino ...se é sabor, é suco de Deuses que nos acalenta a alma
desnuda o coração e mancha de todas as cores a mais nobre das sedas ,essa
do teu toque impulsivo na minha pele,
sensual textura e cara envolvência que se perde.
O teu cheiro a terra e a mar,
o meu amor que soube que iria ficar
preso á ternura de quando me olhas,
meu espelho de candura,
minha especiaria agri-doce,
meu amor mais que sentido,
vivido e ouvido
quando repetias como que em surdina e distraidamente : - mamã.
E afinal, eu sou só tua irmã.
E tu: todos os filhos que um dia eu quis ter.

Mana Carlota

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