segunda-feira, 28 de dezembro de 2009

Enfim....já passou!


Enfim, terminou todo este ambiente perigoso do Natal.
Acabaram as compras que nunca fiz á ultima hora,
os fritos e bolos-rei que não comprei,
os passeios em família nos centros comerciais (Jesus),
os sorrisos de uma boa disposição inquietante,
as benovelências inerentes á quadra que pagam o egoísmo ao longo do ano.

Respiro fundo e sigo para ainda um último esforço:
o de me comprometer a escolher um bom programa para a passagem do ano.
E parece interminável esta cadência de eventos tão sistematicamente previsíveis todos os anos.
Assim como os Egípcios tinham as inundações do Nilo anualmente , o que lhes assegurava a perspectiva de continuidade , nós temos as cheias de gente desesperada em assegurar mais um Natal obrigatoriamente em família e sem podermos recusá-lo com a penalidade de se ficar só em casa , em frente a uma TV depressivamente ofuscada pelo conceito de felicidade a rodo entre os confraternizantes.

Esta continuidade de Natais asseguram-me cada vez mais que tenho de me ausentar durante esta época, pois quem não tem a sua própria família, pode cair na tentação de querer uma para não sofrer com a solidão e tristeza por não poder partilhar desta benesse (lucro que não provem do trabalho).

Toquem sinos, cantem hinos,
mas digam-me que os anjos também serão convidados.

A árvore foi decorada sem ajuda de crianças, especialmente , este ano;
Especialmente , este ano, que vi a felicidade destas em acreditarem no Pai Natal,
Que senti que nunca mais vou sentir a falta deste para distribuir as prendas lá em casa.

Para o ano que vem irei esquecer-me novamente das promessas que fiz a mim mesma em não repetir o mesmo erro de passar o Natal como passei: fugindo de um esconderijo de solidão em grupo para outro, o meu.

A minha passagem para a Austrália é só em Janeiro depois dos Reis e por algum longo tempo vou comemorar o Natal perto de quem sabe viver em paz, em harmonia com a natureza e vou embriagar-me de tanta paisagem despida de luzes e de barulho tóxico .
Vou poder ser feliz sozinha em comunhão com a natureza e com o meu amigo Ian que respeita o silêncio como se de um acto intimo se tratasse. E é-o!
E apraz-me que o silêncio me colha os frutos de tanta injustiça verbalizada e escutada sem poder tapar os ouvidos.
Espero voltar de alma lavada, ou não voltar, ainda seria melhor.
E espero......





sábado, 5 de dezembro de 2009

De Carla...para Faraco!


Hoje falo de dois homens que me surpreenderam na voz de um só.
Acabei de assistir ao concerto de Marcio Faraco no Instituto Franco-Português onde a música cantada por um Brasileiro que vive em França foi mais uma vez uma apelação ás viagens.

Fui ao concerto porque os bilhetes me foram enviados de França numa tentativa de reencontro.....logrado. Por cá não se ouviu falar no concerto de Marcio e quando dele falo também ninguém o conhece; mas o Brasil está cheio de bons interpretes e talvez por este ter escolhido a França como sua nova pátria, seja por si só uma marginalização.

Conheci os seus álbuns "Cirando" e "Interior" enquanto atravessava Marrocos de Norte a sul numas férias intensamente vividas e ao sabor do windsurf e do deserto com o Olivier.
Noites quentes,dias abrasadores,ventos cortantes,estradas infinitas, oásis pontuais e muita predisposição para a evasão.
E assim foi...andámos,nadámos,dançámos, e amámos ao som de Faraco.
O que não pensava ouvir , era a alusão a esta minha viagem ; e assim foi, em guitarra,clarinete, piano e baixo, mas também na verbalização do meu nome no último "encore".

Marcio continua a encantar com as suas estórias quase sussurradas pela sua timidez cantante.
Nos interludios , " entregava" o companheiro do clarinete, evocando a sua propensão para mudar de "geladeira", mas manter a cozinheira sempre que saía de casa. Óptimo sentido de humor e excelente interacção com o publico.

Sensibilidade de artista que canta o coração e que o tem no lado certo.
No seu grande coração ouve espaço para falar de vários amores,dissabores,lugares, adrenalina e de ainda um amor que não era o dele, mas que lhe tinha chegado por email para que ele o cantasse para a Carla de Lisboa , de Paris .... com amor.

Emocionei-me não com o pedido do Olivier ao Marcio, mas da sensibilidade do último por se ter sensibilizado com o pedido de um total desconhecido.

Este concerto vai ficar no coração.
De Carla .... com emoção.

sábado, 14 de novembro de 2009

Trópico de Strauss


Enquanto adolescente curiosa e de coração atento á natureza,
lia sobre viagens ao âmago das tradições,conjunturas e história do ser humano enquanto ser sociável e indutor de mudança do seu meio-ambiente.

A história era mais agradável pela perspectiva relacional de Levi-Strauss;
e quando acabava de ler " Tristes trópicos" sentia que alguém me tinha apaixonadamente oferecido uma leitura sobre o mundo.

Um dia mais tarde iria questionar a racionabilidade do ser humano que perante tanta repetição factual continuaria a cometer os mesmos erros sem alguma aprendizagem reter dos mesmos.
Logo percebia a frase : "Errar é humano".

Era a ausência da sua essência como energia motriz dessa criação - a humanidade - a qual despoletaria erros fatais á visão de um ser capaz de racionalizar os seus sentimentos.
Talvez o erro fosse, exactamente, deixar a razão prevalecer no lugar da emoção...talvez.

A ciência também já provou o erro e do erro.
O amor como verdade é o único que tem dado provas certas.

E como é que se consegue partilhar o saber se não através da paixão ? Essa força inata que nos compele a querer partilhar?
Um acto não altruísta, mesmo egoísta , de humanamente se compensar a si próprio ?

Claude Levi-Strauss foi apaixonado por tudo o que levava ao acto criativo e como a criação pode ser um acto acidental, o homem como criador não era importante, mas sim a sua obra.
Hoje escrevo sobre um homem que deixou uma grande obra e sobre a qual não faz sentido falar sem pronunciar o seu nome.

Fica aqui um excerto de uma das suas obras:
" É então que eu compreendo a paixão, a loucura, o logro das narrativas de viagens. Oferecem a ilusão daquilo que já não existe e devia ainda existir, a fim de escaparmos á deprimente evidência de estarem passados 20 000 anos de história.
Já não há nada a fazer : a civilização já não é essa flor frágil que se preservava, se desenvolvia com grande custo em alguns recantos abrigados dum torrão rico em espécies rústicas, ameaçadoras sem dúvida pela sua vitalidade, mas que graças a ela permitiam variar e revigorar os gérmenes. A humanidade está a instalar-se na monocultura; prepara-se para produzir a civilização em massa, como beterraba. O seu regime habitual passará a ser constituído por esse prato único ".
Claude Levi-Strauss in "Tristes tropiques" 1955


sábado, 5 de setembro de 2009

Reflections of clouds on the water-lilly pound


Sentei-me na sala comum para ouvir as noticias na televisão que me escapavam haviam alguns dias. No terraço á beira-Douro dois hóspedes falavam com a caseira da Quinta num quase perfeito português foneticamente brasileiro. O sino anunciava a abertura do lagar aos convidados a pisar as primeiras uvas para mais tarde rotular-se o vinho de : Porto.
Sentada a terminar um livro que trouxera religiosamente de Lisboa, ouvia a musica que começava a tocar para ajudar na festa da vindima. Uma atrás da outra soavam a Roberto Leal ou algo de semelhante e ao som deste ritmo aparecia em calções o casal, afinal, de alemães que mais tarde soube, não falhavam as vindimas do Douro haviam cinco anos. Estive tentada a descer também, mas a lua cheia foi mais tentadora e ali fiquei a escrever sob a sua luz.
Timidamente a festa iniciava-se com mais autores cantando o retorno da imigração.

Sempre quis participar nas vindimas, mas desde cedo opinei na ideia que sendo um ritual de fertilidade teria que estoicamente partilhá-lo com alguém hormonalmente compatível.
O vinho é realmente um ser vivo parido por todos os que nele deixam um pouco do seu toque, do seu sabor, do seu saber. E como para tal é necessário uma leveza e uma participação emocional.....
Desta vez não bebo ao Douro, não bebo o Douro e não bebo!

Olhei fixamente a minha companheira distante e complacente que nada me esclareceu da vida nem da morte.
Continuo a olhá-la com desconfiança pelo mau trato do único desejo que lhe confiei e do qual não avisto rasto.
Procurar dentro de mim, não posso. O vazio é visivelmente volátil ao engano.
E nesse engano continuo a embrulhar-me nos braços de um outro vazio que de afecto infecta os meus lábios e de desprezo, ataca a minha liberdade.
O silêncio dos inocentes é o oxigénio do lobo.

sexta-feira, 7 de agosto de 2009

Miséria Franciscana!


Gostaria de saber o que me leva a não opinar sobre politica nestes tempos recentes...
Talvez, a inércia da sua substância ou do mau trato a que o conceito de POLITICA tem sido subjugado.
Na Antiguidade, ser politico era intrínseco a líderes/pensadores que no seu inato dinamismo modificavam economias estagnadas, mas sobretudo, pensavam a vida para manipularem o seu conteúdo na perspectiva do bem-estar individual. Daí a filosofia ser tão importante na politica.
Ora, quando me anunciam que o Eng. Sócrates está a pensar carregar nos impostos para quem tem um rendimento de agregado igual ou superior a 50.000 contos e não Euros.....fico estupefacta, primeiro com a audácia da afirmação que procura reacção ; e, segundo com a indignação do individuo afirmante que ainda tem o descaramento de acrescentar que quem está no dito escalão nem ganha nada de especial para ter que descontar mais.

O menino não é esquisito nem difícil.....só quer o bom e o barato!

O problema não é dos nossos políticos, é mesmo dos Portugueses mais espertos que os outros!


quarta-feira, 22 de julho de 2009

Wining up


To all my friends that are unconditional Douro valley lovers with whom I've shared great moments of embellished shy sunsets on the river......I have to admit that wine, originally introduced by the Romans here ,
has still its apogee in the eternal time to come so that one can witness its velvety touch and fruity aroma like any one's fancies.
Even if you have planned abstention for once, it won't last that long for emerging wineries grow as mushrooms and exquisite retreat hotels invite you to go back to a romantic treat even if you are your own company.
There's no greater love here than the untouchable power that nature applies over an emotional state of mind eager to inhale beauty and to mature sensuality.
All your senses are wide open to absorb this immaculate scenery even if somehow enhanced by the human wish for magnifying it with the black greenish basalt stone.
Ambition is a mere illusion of human desire for monopoly.
The Douro has played the game and won it so far.
Celts, Romans, Cistertians and travelers by definition have legate the word about it, through time, with the aim of never put to oblivion what nature has gifted us all .....the bliss of just ephemerally being part of it.
There aren't enough colours or light to picture it better than what it is.
Isn't this love ?
Cheers to you!

sexta-feira, 17 de julho de 2009

De França com amor...


Acordo ao som de mensagens que chegam de longe e me transportam para a virtualidade.
Esta é a realidade do sec XXI.
Estamos em permanente perigo de começar, manter e acabar relações através de palavras facilmente articuladas num écran sem que se tenha que confrontar o outro ser, o dito, amado. O facto de não se verbalizar o que se escreve, desesresponsabiliza-nos e como tal não sofremos nem da culpa nem do receio de virmos a ser culpabilizados.
Escrevem-se as melhores frases e poemas e guarda-se o silêncio para o viver a dois.
Pois, quem pensa que tal situação é fácil, engana-se. Muito mais difícil que manter uma conversa é saber partilhar um silêncio a dois.
Agora que já tivemos "soirées" Á margem da virtualidade podemos apanhar esse veleiro que partirá ainda este mês.
De Lisboa com amor.....




segunda-feira, 13 de julho de 2009

O balneário da Europa



Mais um Domingo a descansar ao som de pássaros e rebentar de pequenas ondas. A nossa costa é fantástica e recuso-me a marcar férias de praia para outros destinos a não ser que seja para me oferecerem uma água mais quente e coqueiros para me regalarem um imaginário desde há muito enraizado como lugar idílico.
É bom poder estar na praia sem haverem cães a correrem de um lado para outro e criancinhas longe dos olhares dos pais jogando futebol no nosso estabelecido perímetro de lazer.
A praia é pública em Portugal e ainda bem que o é!
Enquanto desfrutava do Courrier apercebia-me que os nossos vizinhos espanhóis também nutrem da mesma admiração pela nossa costa vicentina.
Não posso deixar de transcrever partes de um texto que Jordi Joan Baños escreveu para o La Vanguardia e que mais uma vez vai de encontro á ideia que partilho constantemente com os meus clientes quando lhes falo da nossa realidade .
"Se há um lugar na Europa que não foi colhido de surpresa pela estagnação da economia é Portugal. Mais do que uma conjuntura económica, a crise e a melancolia que leva acoplada parecem ali um estado de alma.Pelo menos desde que, há cinco anos, o então primeiro-ministro José Barroso abandonou o barco em mares agitados para partir para Bruxelas, pouco depois de ter servido de anfitrião da Cimeira dos Açores - um acontecimento não precisamente fortalecedor da unidade europeia.(....)
Inteligentemente, o próprio Sócrates - como Zapatero - apoia Barroso para um novo mandato de presidente da Comissão Europeia. Faz bem: três em cada quatro portugueses consideram-no bom para Portugal.(....)
Menção especial merecem os cartazes de Ferreira Leite que surgem nas estradas portuguesas. "Não desista. Todos somos precisos", rezam. Mas a desolada foto a preto e branco da candidata, sem maquilhagem, poderia fazer pensar os turistas que visitam o Algarve de que se trata da mensagem de uma associação de apoio á terceira idade ou de prevenção do suicídio.(...)
Mas voltemos á crise. A deterioração económica pode deter o lento declínio do Partido Comunista de Portugal, o mais ortodoxo do ocidente. Mas, sobretudo, pode dar asas ao Bloco de Esquerda, um partido surgido nos anos 90, com uma ideologia eco- socialista equivalente ao da Iniciativa per Catalunya. O carácter visionário do seu líder, Louçã, de grande solidez intelectual, põe os cabelos em pé aos sectores centristas da sociedade portuguesa.
Ao longo da última década, Portugal assistiu perplexo á descolagem da economia espanhola. Ao mesmo tempo, converteu-se no terceiro mercado para as empresas espanholas. Agora, são os espanhóis que vendem roupa e hortaliças a Portugal. Entretanto, os portugueses voltaram a emigrar, em muitos casos para Espanha.
A crise tem pelo menos, um lado bom. Desmoronado o modelo económico espanhol, baseado no tijolo, o litoral Alentejano respira mais tranquilo. Á mesma latitude de Alicante, embora com águas mais frias, Portugal conta com imensas praias virgens que só podem provocar inveja a catalães, valencianos ou andaluzes. A riqueza de um país também se mede pelo respeito pelo seu território e pela sua beleza natural. E a sensibilidade estética dos portugueses pela sua paisagem urbana e natural sempre esteve muito acima da nossa. Graças a Deus que ainda temos Portugal. (...)
O litoral Alentejano é um dos últimos redutos costeiros da península que resistiu á especulação imobiliária. Á excepção, a península de Tróia, junto a Setúbal e já muito próxima de Lisboa, confirma a regra. A sua renovação urbana fez-se depois de se derrubarem os piores arranha-céus, do tipo Manga Del Mar Menor, e apostando numa arquitectura de qualidade.
Depois de ter sido a guarda avançada do Ocidente e o pioneiro da globalização - veja-se a Índia, a que Portugal chegou antes que a "Las Indias", em contraste com Castela - , com a sua lentidão, a sua luz e os seus sabores, Portugal parece resignado ao seu destino de balneário da Europa. "

E quem é que vive em Portugal? Os portugueses! E mais uma vez aqui fica uma pequena nota de uma amiga psicóloga escandinava que ao visitar Portugal pela primeira vez me disse : " cada povo tem aquilo que merece!"


sexta-feira, 10 de julho de 2009

Chill out com Fernado Alvim


É sempre bom estar na companhia de Fernando Alvim e ainda mais quando se pode desfrutar de uma amena discussão em final de tarde no terraço do Oceanário com companhia e intervenientes interessantes.
O tema proposto pela revista Time out era sobre as boas práticas ambientais e para além do bom ambiente e do bom sentido de humor também haviam canapés e vinho biológicos.
Os convidados para o debate não poderiam ter sido mais ecléticamente escolhidos...e bem!

A Sara , produtora de vinhos biológicos tentava explicar românticamente a diferença da uva tratada num sistema bio-dinâmico e alguns assistentes cépticos refutavam a ideia pelo preço destes no mercado .
Uma das passagens mais lindas e ainda sobre o sistema bio-dinâmico - que muita gente desconhecia - começou quando Paulo Almeida , proprietário do restaurante Miss Saigon, evocou os bichinhos, insectos e vários rastejantes que deixam de existir quando se utilizam pesticidas e outros químicos na produção vinícola.....apareceu o bichinho da fruta, protagonista introduzido oportunamente na conversa por Fernando Alvim.

E bravo! Foi um prazer ver no olhar colectivo essa nostalgia provocada pelo velho amigo de infância : o bicho da fruta que já reapareceu nos mercados e que substitui eficazmente os Tamagoshis que eram uma chatice, pois tínhamos que pensar em alimentá-los como se de um ser vivo se tratassem.
Não era credível, pelo menos para jovens adultos como eu que começavam assim, o treino de processo de adopção - que como sabem pode levar uma vida.
E no seguimento do bio-dinamismo , o jovem embaixador de Inglaterra em Portugal não poderia ter tido uma contribuição mais digna da boa reputação do sentido de humor Britânico evocando o seu intestino como o único sistema bio-dinâmico que seguia de perto.

Ora, rodeados de convivas que faziam jus ao verdadeiro conceito de chill out, o programa não poderia ter sido melhor. Até a arquitecta Livia Tirone, conhecida pela sua prática de arquitectura sustentável e pela sua postura discreta ,teve o seu espaço de humor quando especificou que todas as casas têm necessidade de deixar entrar 0,6% de ar por hora através de janelas ou portas. E nós que calafetamos tudo o que é janelas.......

Tudo isto não teria sido possível sem a disponibilidade do "Dono do Oceanário" como Fernando Alvim o chamava e que por não ter repetido o nome do sr. em questão algumas vezes....não ficou; mas ficou uma deliciosa tarde de Verão para recordar.

quinta-feira, 9 de julho de 2009

A Soberba


Aqui fica o melhor retrato da pretensa"elite"portuguesa e perdoem-me se me desgosta a soberba como bandeira do Ser em Portugal.
Afinal , quem não é ..... só poderá parecer.
E que me desculpe a Clara Ferreira Alves de me servir de um excerto que publicou há 2 semanas no Expresso, mas aí encontrei a melhor maneira para me exprimir a um Domingo de manhã onde a preguiça se apoderou de mim e quando reflicto sobre a controvérsia emocional que é apresentar este país aos estrangeiros como guia-Intérprete.
Contudo, não poderia deixar de exaltar o infeliz desagrado que me provoca esta mania de pretenso estatuto social que lidera a primazia do Estar em Portugal remetendo a mentalidade portuguesa para a arca da insustentável precariedade do Ser.
Quem me pode explicar este marasmo em que caímos desde que demos o país a governar aos Ingleses durante a fuga do rei para o Brasil?
Também lá se viveu de aparências quando tiveram que enrolar as sedas trazidas da Índia para esconderem a falta de cabelo de que toda a côrte e realeza padecia.
Aqui e agora é assim :

"Há uns bons anos, políticos, economistas, empresários e outros crânios sortidos, decidiram que o modelo de transporte individual devia ser "implementado" (neologismo inventado pelos mesmos crânios) em detrimento do transporte ferroviário. E que a nossa ligação á Europa assentava na rodovia e na aviação. No resto da Europa construía-se o Channel e a rede de alta velocidade. Durante o Cavaquismo, a decisão rasgou as estradas e auto-estradas que por aí andam (....).
Os portugueses pagam uma fortuna em portagens. A desertificação acentuou-se e vilas e aldeias deixaram de ficar no roteiro e caíram no esquecimento. Ninguém conhece Portugal, atravessa-se Portugal. A CP, essa relíquia,destruiu estações de caminhos de ferro e acatou o domínio do automóvel. O país servido por comboios foi abandonado. O Portugal dos patos bravos e dos novos-ricos floresceu com estes visionários, e juntou-se ao pacote de destruição compulsiva da paisagem e do ambiente, a mania avulsa dos estádios de futebol, dos apartotéis e dos condomínios fechados. Uma volta por Portugal dá-nos a medida deste desastre. (.....).
Lembro-me de ter esta discussão com um ministro que me respondeu que os portugueses podiam e deviam ter direito aos seus carros novos, mais do que um por família, como os outros "europeus".
Os estrangeiros que desembarcam neste país pobre e periférico ficam admirados com a nossa frota automóvel. Em nenhuma estrada de Espanha se vêem tantos carros novos como em Portugal. Trocar de carro de dois em dois anos é uma obrigação. O carro é a casa e o símbolo do sucesso.
Este deslumbramento acabará, pelas razões conhecidas. Um dia teremos as nossas cidades escavadas com parques subterrâneos inúteis. Alemanha, Republica Checa, Polónia e Irlanda apostam nos tróleis e eléctricos, Londres tirou os carros da cidade e em Madrid os carros de um só condutor pagam maior portagem. Em Lisboa, cidade despovoada, há engarrafamentos no fim-de-semana. O litoral é um imenso subúrbio. E até construímos um Autódromo no Algarve.
Achamo-nos, em vez de perdulários, pitorescos."

Dói muito constatar que esta é mesmo a realidade portuguesa e ainda mais dói quando se viveu em vários países da Europa e se constata que apesar das médias de informação e educação dos vários tecidos sociais Europeus não contrastem largamente do nosso, a mentalidade é realmente o nosso handicape.
Vivemos como Janus, com a cabeça dividida entre o passado e o futuro, lição saudosista implementada pelos Lusíadas e revivida feroz e popularmente durante o período Salazarista.
Fazia-nos falta outra epopeia de descobertas, mas agora, ao nível do SER.

terça-feira, 7 de julho de 2009

Á margem.....ao luar



O nome da esplanada - restaurante é, á partida, revelador da sua localização em Lisboa. Discretamente erguido há uns anos atrás, esta mais valia do bem-estar e lazer lisboeta oferece-nos nas chuvosas manhãs de Domingo o recanto ideal para ler, escrever e simplesmente estar num ambiente onde a excelente selecção musical que pode ir de Bach até ás Mornas e Jazz complementa o agradável quadro. Em finais de dia, no Verão, não me consigo lembrar de outro poiso tão pouco ; pois enquanto nas outras esplanadas se espera para ser visto e ver quem trás quem....aqui não há pretensão de ser.
Aqui , só se está. E está-se á margem de tudo resto.
Quem aí trabalha não poderia estar de mau humor, pois é um privilégio poder olhar o estuário de tão perto com seu belo Baluarte Manuelino á margem.
E foi aí , á margem, onde mais uma vez me deliciei com a lua cheia do solstício de Verão e recordei em amena cavaqueira a festa de Midsommar nos países escandinavos onde se dedica esta noite á procura de marido.
E se a presença discreta do artista que melhor cantou o Douro foi quase ameaça de uma futura estrofe sobre o Tejo....a presença de uma certa poesia que pairava sempre á roda da lua , cantava em cumplicidade , o seu efeito, nos nossos olhares.

Como a noite ia longa e a companhia era boa.... a lua fez das suas e ofereceu-nos umas das noites mais bonitas de sempre onde a conversa fluída como a imperceptível brisa no ar nos ofereceu o tão querido encanto das noites mágicas.... era esta , uma eterna noite á margem e tão subtilmente espelhada no rio.
Não demos conta que já era tempo de fechar a esplanada e agradecemos ao pessoal que oportunamente simpáticos nos saudaram com o tão saboroso: até amanhã!
É bom estar apaixonada.

Bebel Gilberto "Samba e Amor" [ + Lyrics, em Português ]

domingo, 5 de julho de 2009

O mar sem carneiros


Nem que o tempo corra mais depressa que o teu compasso;
Nem que o mar nos chame durante este tempo quente....
Há sempre na tua mão
a ostentação da tua impermeabilidade;
como se de uma lua se tratasse, único entrave para o teu duelo ao sol.
Deixa-me pensar que neste luar ainda haverá a maré
a tentar alcançar-nos ,
insolentes e crentes no paraíso onde a vida não nos arranca da areia;
aquele perímetro inundado de esperança onde se avista a duna que baptizei de Tua.
Aquela mesma tarde onde desenfreado gritavas ébriamente a tua liberdade.
A tua, a minha , a nossa vontade de estarmos ali perto da esquina do paraíso.
Deixa-me pensar que tudo vale a pena e sobretudo não deixes de pensar,
Tu, aquele que nunca admirou o luar,
que para além desse teu tecto hermético
há uma estrela que te espera ainda .... para a saberes olhar.

Caparica, 31 de Maio 2009

Tragam o Trio de volta

Estava pronta para uma noite sensualmente musical admirando o laranja do lusco fusco á beira Tejo e desfrutando de uma amena cavaqueira, já sentia o frenesim em mim dos acordes do piano de Brad perigosamente lançados na aula magna onde tudo se iria passar.

Não fosse a 1ª decepção....quando anunciaram a presença de uma morena, Luciana que se preparava para acompanhar não só Brad Melhdau ,mas também uma outra voz, Fleurine, a grande decepção - a loira trazida da América do Norte para entrar na desgarrada.

E eu que queria ouvir Brad mais próximo do seu Trio com Chico Pinheiro !
Estupefacta, não só com a falta de unidade nas decisões de reportório,mas sobretudo na falta de coesão da recente formula musical.

Brad desforrava-se no piano, as 2 vozes batiam-se á vez por algum protagonismo, pois só ali estavam pelos 2 músicos cabeça de espectáculo.
Não percebi porque é que teriam de ter 2 vozes, ademais quando a loira cantando numa oitava abaixo do seu limite e dos acordos de Brad não prestou nenhum serviço á beleza ou sensualidade visceral da performance esperada por Brad.

Vou ter que ir a Nymes onde aí este sexteto já não terá razão de existir. Não percebo porque é que aqui teve essa razão.....Será porque se expressavam em português ?

A musica é universal, ou seria, se não houvesse a pretensão de cataloga-la como património artístico de algumas correntes oriundas de países fortemente apegados a tradições que se impõe naturalmente ás outras.

Fica a desilusão, mas sobretudo fica a boa recordação do 1º tema ( Samba e amor), um dos poucos onde me dei conta que estava , afinal, num concerto de Brad Melhdau.

sábado, 4 de julho de 2009

3 noites, 3 movimentos




Impressionismo, Expressionismo e Realismo.
Na realidade a impressão que fica é expressivamente inconsistente.
No meu mundo há espaço para todas as expressões artísticas percebendo a obra ou admirando a atitude do criador.
Estou descompassada, embalada numa valsa
onde a orquestra me torna a cabeça -
ao som de uma morna -
o par levanta-me os pés
e a sala abafa-me a liberdade.
Não sei quem é....
Não sei o que quer...
Nem tão pouco se quer...
Eis-nos na insustentável leveza da pequena morte.

Espinheiro, 28 de Abril 2008

sexta-feira, 3 de julho de 2009

O nosso Arlequim

Prometi a mim mesma que não ia desperdiçar mais o meu tempo com a politica virtual deste país.
E não vou mesmo, muito menos depois de assistir ao confessionário de Manuel Pinho, ontem á noite na Sic Noticias.
O mundo financeiro já há muito tempo que tomou conta de mascarar a politica de interesses nacionais.
Qualquer visita protocolar do governo a outra nação envolve um estudo para uma selecção e consequente escolha de empresas ou instituições a acompanhar a comitiva para colmatar interesses económicos dos mesmos.
Não existe impunidade politica neste acto. Haverá com certeza algum beneficio para a sociedade, mais que não seja pelos postos de trabalho; e o crescimento económico das mesmas empresas seleccionadas que ainda hoje alvo de auditorias fiscais comprovam que a sua contribuição fiscal fica aquém de serem taxados nos seus reais rendimentos.
Perante o confronto com os pontos positivos da sua permanência e vivência como ministro da economia, só ouvi falar de viagens e de jantares com o presidente Lula da Silva.

E afinal , não será isso que todo o comum cidadão quer fazer sem ter que despender nem energia na logística nem na carteira ?

Quem disse que ser ministro não é bom?

Argumentar que a família não compreenda o seu envolvimento neste marasmo politico-económico não me convenceu. Quem se mete na politica....não está a pensar na família.

E sem falsos moralismos : qual será o próximo cargo deste senhor depois das férias?

Querem futurologia ou não vale mesmo perder tempo com algo que é tão previsível ?

Afinal perdi 10 minutos da minha manhã para escrever sobre politica !

Nunca é tarde para aceitarmos que nem sempre o que verbalizamos é o que queremos fazer.




quinta-feira, 2 de julho de 2009

Carta de amor


Quando as lágrimas são de amor não há sabor a sal,
mineral, alquimicamente produzido pela dor.
O seu sabor quase alcalino ...se é sabor, é suco de Deuses que nos acalenta a alma
desnuda o coração e mancha de todas as cores a mais nobre das sedas ,essa
do teu toque impulsivo na minha pele,
sensual textura e cara envolvência que se perde.
O teu cheiro a terra e a mar,
o meu amor que soube que iria ficar
preso á ternura de quando me olhas,
meu espelho de candura,
minha especiaria agri-doce,
meu amor mais que sentido,
vivido e ouvido
quando repetias como que em surdina e distraidamente : - mamã.
E afinal, eu sou só tua irmã.
E tu: todos os filhos que um dia eu quis ter.

Mana Carlota

ARLES , estória de paixão em pedra


Segui o guia local de Arles que se ocuparia de nos mostrar toda a história e património de uma cidade tranquila, esquecida e mantida deliciosamente nas suas várias épocas áureas.

Se houvesse musica para acompanhar esta visita, seria o Stabat Matter de Pergollesi conduzido por René Jacobs, que passei a assobiar timidamente.

Roma está no coração da cidade e por muito que queiramos sair da latinidade sobrevivida ás intervenções de recuperação integral ou "face lifting"......não podemos.
Sentimos que estamos algures no sul do mundo romano onde a pedra se impunha aos oradores, a forma ao Rhône , e o ocre do calcário ás cores das janelas venezianas.

Não há romance que consiga transmitir o sentimento de êxtase emocional perante toda esta megalomania arquitectural.
As cigarras tocam estimuladas a pilhas á volta do teatro romano ; o rio é calmo e não se altera ; o ar é limpo e deixa espaço a uma luz rarefeita.

Seria esta a luz a mesma da decadência de Roma Ocidental ?

A conversa na mesa ao lado, escutada inadvertidamente transporta-me para um universo cultural gigantesco que pode ser contido e guardado secretamente na esplanada da Praça Henri de Bornier. O actual director de arte do Louvre, aprazível figura Aquilina de descendência Italiana cede um final de tarde quente a 2 jornalistas Americanos ,entre uma taça de vinho e uma tábua de queijos.

Robert Doisneau esteve aqui e deixou algum do seu legado a uma escola superior de fotografia.

Van Gogh, aqui viveu a sua breve experiência de artista e de homem apaixonado e aqui morreu.

É bom sentir-me "fisicamente "próxima de duas figuras que tanto contribuem para o meu bem-estar. Sobretudo estar próximo dos mesmos lugares onde sei que estes se emocionaram e extroverteram esse alter-ego que ainda sopra nas brisas através de ruas tortuosas e labirinticas deste aglomerado de passagens históricas.

O algodão passa rente e cola-se a alguma humidade que existia para nos relembrar que as cidades nasceram do campo; essa paisagem que apela o homem a construir algo que pretensiosamente o impele a criar algo que pode vir a ser comparado como obra soprada pelo génio de Deus.

Não é inócuo o facto de um idioma ser um vinculo emocional que retrata a essência de um povo.
Não sei em que língua me expressar quando aqui estou.
O português sinto-o visceralmente assim como o francês por sinergia ; o inglês poderia cortar a poesia emocional contida nas várias vísceras enaltecendo o pragmatismo narrativo ; e o italiano manipularia a forma.
Escolhi o português e sinto a estranheza de soar a estrangeiro neste vasto mundo sensorial.
Hoje digo : " Long live the epicuristic!"


quarta-feira, 1 de julho de 2009

E as fadas também vão com as borboletas....

Não vos vou anunciar nada que não saibam sobre Pina Bausch.

Não vos vou falar de todas as sensações que tinha ao ver algo criado por ela. Seria muito extenso.

Vou pensar nas borboletas que sentia na barriga quando presenciava um bailado seu.

Quando se tem uma ligação especial com o seu próprio corpo, o movimento e a empatia do mesmo para com outros corpos é única. A vivência da sua sensualidade e liberdade extensiva do mesmo graças ao trabalho árduo e disciplina comportamental, fazem com que fiquemos cientes que para dominar o movimento temos acima de tudo amestrar os sentidos para elevar a persistência a uma meta de liberdade.

É o principio de uma peregrinação a um santuário, só que na dança , o sacrifício abona directamente a favor do nosso corpo.
A dança e toda a expressão corporal foram sempre negligenciadas a nível de literatura porque é difícil falar do movimento inerente ás sensações físicas.
Pina deu-nos isso durante um período onde em Portugal só havia a companhia do Rui Horta e pouco mais.

Não só trabalhava dentro dos projectos onde dava toda liberdade aos bailarinos, mas também mostrava a visão que tinha sobre a temática do mesmo, através de movimentos que se confundiam tanto com representação teatral como com devaneios pessoais.

Rodeada de bibliografia, pesquisava ao pormenor tudo o que pudesse ser um detalhe que implicasse humor ou singularidade do movimento até para descrever uma sociedade. Foi assim , Lisboa 1998, aquando preparou Mazurca Fogo onde todos nós nos vimos representados , ali em palco.

Não consigo deixar de ficar muito triste por saber que esta senhora nos deixa enquanto terminava a sua nova peça para nos presentear mais uma vez com a sua magia de movimento, de estórias emocionais e de beleza de expressão tão ecléctica.
Era uma fada da dança, assim como lhe chamavam e como sempre pensei que fossem as grandes bailarinas.

Não consigo deixar de notar que insisti nas frases pela negativa....sinto a perda!

Ficam as borboletas na barriga cada vez que me lembro dela.

Almablue69, 1 de Julho 2009

Frank Gehry's illusion


"300 of million years before man was fish.....if you gotta go back,and you're insecure about going forward...go back 300 million years ago.
Why are you stopping on the Greeks? "
Frank Gehry (Canadian - U.S.architect)


Frank Gehry is stated to use fish forms as his inspiration in architecture. The dynamics in the form are indeed wavy and one could say some of the buildings are dressed in scales.
Loved to see his work in loco. Specially in Bilbao. It is breath taking !
The only chance to be near to God is to create such a building that can out stand nature and nevertheless accomplish the ideal of being perfectly wrong in outstanding itself in it.

The Hotel Marques de Riscal is another symbiosis between nature and the amount of Titanium gathered within a few m2 in colours matching the grapes and its final liquid form.

Out of Rioja region if there's something else of value than the grapes it's definitely this great Gehry’s fruit spotted from miles by its studied natural light irradiation.
An ideal of apparition in a land of believers.


Almablue69, 17Th May 2009

From Portugal with....music .


As if destiny/ Fatum has dyed the Portuguese hair and soul in black for centuries, the actual musical scene proves that the country is open as it was before to a new ocean of colors and rhythms.
From contemporary to Punk, Rock and Dance music,all the credits are shared by names that have merged from the 80’s as a consequence of a natural absorption of the world various styles in such a noble art of providing organized sounds.

Pop Dell’ Arte, with its intellectual references to world wise poetry and its vocals experimental games and irreverence;

Adolfo Luxuria Canibal’s cries eager for rebellion; and its cutting sounds of guitars heading one’s inadaptation into a nonsense society.

David Fonseca’s melo voice, unexpectedly, transporting us to a romantic hermetic world of man’s emotions.

Teresa Salgueiro, enchanting us with her crystal voice as a Turner painting turned into a woman’s sorrowed sea.

Jacinta , twirling one’s head with her jazzy, flexible voice sweating her sensuality out.

Maria João & Mário Laginha an eternal compromise between the piano and the warmest sounds of ethnic experiences showing us how the world can be a courtyard.
If one was only thinking about the sadness burden of these people committed to sing their lost empire through the Fado song, or to enhance a new state dictating everyone’s life……well, you haven’t been updated.
All these artists not only prove that music has no country, but also that no country has borders regarding music.
Almablue69

The duck's season !


The "land of the opportunities"
1st day - The duck's season:

Taking the cab from JFK is a bet or rather a bate leading into a debate...........
Winning the 4Th prize in the lottery can be a daily fact for cab drivers in N.Y. They just have to look proper and smile at the aliens while you'll be looking for recognisable signs of cosy decency.
And you always find one! This hint was strictly connected to the last Oscar's winner awards :" This is no land for old men".
The driver was about 68 year's old and that was my hint for a decent commitment between foreigner country and the art of welcoming "Fahrenheits".
The driving was outstanding: lounge music,comfortable car and responsible wheel.
Scenery was about the same as Miramax label when we get to cross the East river bridge and that's when you realise there won't be anything else that will stand up within the same level of impact regarding one's emotional attachment to the "7Th art"capacity of making a completely ordinary day light town....to look like a 21st century X-mas crib.
There are no holy hills nor woods, but lots of prophets, though.
One of them is Patrick , evening manager of the design hotel "Stay" indeed a must! Though I didn't stay.
Lack of clear argumentation to excuse the price mistake invoiced by Booking.com.
No body's fault and the costumer as to pay for it ....or the final option will be : getting the complaints book that doesn't exist.
In the land of the opportunities, law is invisible for the guests, but flawless for the busyness.
Buying and printing services from the Internet can be as virtual as dating through it.
Never trust the image you get....you might have a sight / site problem the next day :-)

QUE RAÇA !!




Os meus antepassados Celtas ensinaram-me que a natureza è a arte e a religião suprema ao cimo da Terra, então, a minha crença é Celta.

Os meus antepassados Romanos ensinaram-me que a expansão material faz-se absorvendo o conhecimento e a experiência de povos mais evoluídos, então, a minha curiosidade é Romana.

Os meus antepassados Àrabes ensinaram-me que antes da matemática e da educação - a paixão- será sempre o motor de uma vida em todas as suas vertentes; então, o meu coração é Àrabe.

Os meus antepassados Otomanos ensinaram-me que a perseverança aliada á capacidade de saber negociar poderíam conduzir-nos a portos livres; então, a minha vontade é Otomana.

Os meus antepassados Africanos ensinaram-me que quando se é abusado por outros seres que se crêem superiores, há sempre a musica e o grito da saudade que acalentam a alma; então, a minha alma é Africana.

Os meus antepassados Persas ensinaram-me que quando se passa a vida a viajar despojados de bens e de familia, haverá sempre um jardim debaixo dos pés onde se pode encontrar um paraíso; então, comprei um tapete Persa ☺

Os meus antepassados Brasileiros ensinaram-me que a misèria pode andar acompanhada com a amabilidade , assim como a verdadeira fome com um sorriso; então, o meu contentamento è Brasileiro.

Os meus antepassados Indianos ensinaram-me que a saùde é um presente enriquecido pelo conhecimento do homem como um todo, e alimentada pelo que de melhor a terra lhe oferece; então, a minha saúde devería ser Indiana ☺

Os meus antepassados Chineses ensinaram-me que a paciência é uma das virtudes das mais importantes para a felicidade; então, o meu sorriso é Chinês.

Os meus antepassados Japoneses ensinaram-me que a cordialidade é um código para abrir todas as portas; então, tento aprender o Japonês ☺

Os meus antepassados Portugueses ensinaram-me que sem os outros….não somos ninguèm; então, sou humildemente Portuguesa.




Almablue69 /08/06/2008

JUDIAR....É VERBO!


Estamos ou não, todos fartos da eterna vitimização do povo Judeu?

Até quando vamos ignorar que é geral o facto de em todos os cargos de grande responsabilidade económico~financeira e politica , existir um Judeu que se esconde na sua pele de carneiro para ver afundar os seus eternos inimigos que , estes sim, são perseguidos há séculos, seja por cristãos ou judeus?

Já se contaram as vitimas do outro lado durante todos estes séculos?

Porque é que nunca se estimaram as perdas no mundo muçulmano?

Por não haver hipocrisia na postura perante as adversidades? Ou por se confrontar o Hypocrates com a necessidade de reencarnar Janus?

Quem tem afinal uma dupla face e a iça ,laureada e repetidamente , num estandarte de guerra?

O pior inimigo do homem é ele mesmo.
E quando a ambição lhe é genética e “insufladamente” intrínseca ás vísceras....reuném-se todas as condições para uma exterminação de cadência constante e mascarada pelos pro-Bush de intervenção anti-terrorista.
Afinal, qual é a definição de terrorismo?
- Manipulação do ser-humano através do medo e inacessibilidade á saúde com propaganda politica ou
- Ataques bélicos não agendados e dimensionados através de uma lupa generosamente cedida pelos media que obedecem ao patronato semita.
E qual a melhor arma para o combater?
- O medo , aliado ás incursões ,oficialmente armadas, a territórios inóspitos e desprovidos de munições ou
- A união de esforços a nivel mundial para a co-ajuda na sobrevivência do bem-estar humano e na do planeta que tanto lhe dá e nada lhe reclama.

Não tenho a certeza de nada,mas sei que isto que se passa em Gaza não é nada do que está certo.

22/01/2009 Almablue69

segunda-feira, 22 de junho de 2009

A Ribeira sem o santo encanto







- Pagãos ! - Poderia ter gritado S. João Baptista numa destas noites onde as comemorações ao santo começam 5 dias de avanço;
e com tanto balanço entre pequenos rabelos ondulando habilmente presos na cabeça das gaiatas e outras tantas lantejoulas que aquecem a dança do ventre de outras meninas almareando seus mouros que cegos, as seguem no cortejo.....

Tudo vale agora para nos relembrar que a festa era mesmo para celebrar o inicio do Verão no tempo onde o solisticio é que era refrão.

E quem diria que os balões de S.João são, então na Ribeira, içados por Ibéricos, nossos irmãos peninsulares e não por seculares periféricos ?

Á beira-Douro, os lançam, assim como Isabel acendera em tempos pré-cristãos, uma fogueira no topo de um monte para avisar sua prima Maria - a virgem - da nascença do pequeno João.

E se na Ribeira se fala Castelhano, em Gaia onde o cortejo Junino mais parecia Carnaval brasileiro, o francês e o inglês, soavam a dialecto local ou ainda hino.

Quem quiser saber como era o S.João no Porto é melhor aproveitar a nova dança de Gaia e tirar fotos aos balões Made in China á beira do bar marroquino de Abdel para mais tarde recordar.

Ou não vá acontecer um dia destes deparar-mo-nos com suecas de cabeleira morena a desfilar de Virgem Maria bombardeando-nos de pétalas de flores na esperança de sonharem com o rosto de um futuro marido.....assim como nas festas de Midsommarafton.

Fiquem os pregões na boca dos pagãos....que a canalha agradece!

Almablue69