segunda-feira, 31 de maio de 2010

O colecionador de grãos

Hoje quando enviei uma mensagem aos meus contactos virtuais com que normalmente abro a semana, tive uma resposta querida, pertinente e um pouco naive....pela parte de uma amiga, arquitecta paisagistica ,  com uma consciência muito ecológica e solidária para com o mundo e o Universo.

Tratava-se de uma simples petição de assinaturas suficientes para tentar o concelho de ministros na E.U. a repensar no assunto da aceitação da produção e comercialização de culturas OGM  na Europa Comunitária.

Ora, a Sandra não se opõe á produção de OGMS visto estas culturas serem produzidas em grande quantidade e a preços mais acessíveis, sendo assim possível a sua introdução em mercados carentes de produtos alimentares de base como todo o continente Africano.
E se esta fosse a finalidade da promulgação desta lei, eu seria uma dessas pessoas a regozijarem-se com tal tomada de consciência de solidariedade para com os mais desafortunados; mas não me parece ser esse o objectivo dessa introdução regrada e legislada no nosso mercado Europeu.

Recentemente tive a sorte de ter assistido por mero acaso a um documentário da National Geographic que se intitulava : " The grain seeker" e que contava com muita destreza jornalistica o percurso e o objectivo de um biólogo Australiano que se deslocou ao Médio-Oriente para angariar sementes de trigo e de grão de bico que já não existiam em nenhuma parte do mundo e que para além das suas genéticas terem milhares de anos também continham genes resistentes a vários vírus e doenças a que sementes mais comuns/vulgares já não conseguem resistir.

Aprendi a dar o valor ao trabalho deste biólogo e á importância do assunto, mas também interessante foi ainda o factor surpresa ao constatar que na Austrália existe um departamento de biologia que guarda em estufa estas mesmas sementes que salvarão , um dia, o problema da erradicação das sementes OGM por estas serem mais sensíveis a epidemias.

Afinal parece-me que não se quer comprar destas sementes aos agricultores tradicionais do Médio-Oriente por serem económica/financeiramente pouco interessantes.

Por algum devaneio são, pensariam produzir OGMS na Europa para alimentar África?

Não será mais uma estratégia para acabar com a dependência económica que temos para com os U.S.A? Ou mesmo baixar os custos de produção e aumentar a rentabilidade dos produtos?

Tudo bem! Não me venham é com demagogias solidárias.

Enquanto me lembrar do que sofri fisicamente enquanto vivi em Londres , por me estar a alimentar com excesso de hidratos de carbono de origem Americana ( os ditos OGMS) terei de continuar a comprar produtos de origem biológica, pois afinal um sistema imunológico deficitário pode levar a muitas maleitas indesejáveis.

A qualidade de vida na sua base (saúde) tem o preço que as empresas e os Estados querem dar e somos nós que temos de escolher o preço a pagar.

Afinal a saúde também tem um preço elevado por estas bandas....não é só no mundo novo.

segunda-feira, 10 de maio de 2010

Virtualisando o espaço

Quis estar nas escarpas olhando o mar onde te irias banhar;
Quis abraçar-te quando de lá saíste sabendo a sal e a victória e esquecer-me
que lá não podia estar;
Quis trazer-te para casa e aí sossegar contigo a meu lado e fingir
que podias ficar;
Quis gritar que ainda estou aqui , mas emudeci ;
E engulo a tua felicidade não partilhada
E tento malabarismos para a transformar em alegria.
E da alegria não consigo falar...

E com o tempo que passa ao passo do tempo
Esvai-se a cor da imagem que retive de ti
Cresce o desejo que se amordaça em negações intermitentes.
Fica a sépia, o calor dos teus beijos.

Tudo cresce e as dimensões perderam o espaço a que tinha confinado os nossos corpos....
E como explicar-te todo este espaço vazio á minha volta sem te perder?