quarta-feira, 11 de janeiro de 2012

Com bisturi e au naturel...


Nada como acabar o ano velho e começar o novo ano com aqueles que sabemos que vamos gostar de continuar a partilhar tudo o que nos é mais caro.
Despedi-me do 2011 com uma viagem inesquecível a Paris na companhia querida das Filipas e da Sofia, mas também no meu novo universo emocional que agora está tão ligado a terras francas...mon cher Y.

 E comecei o 2012 com as histórias do Carlos que tanto me atiçaram a vontade de continuar a viajar e a conhecer outros portos e outras gentes.
E dei por mim a filosofar sobre o propósito da passagem do ser humano pela terra que não que para o seu próprio beneficio e também qual a ordem de prioridades a ter quando se quer imperitrivelmente conhecer , amar e produzir.

A minha primeira viagem deste ano foi até á Normandia e a algumas das suas várias cidades e vilas piscatórias que ao avançar dos anos do séc.XX se transformaram em estações balneárias de algum renome e onde uma ou duas famílias , agora, mostram a sua influência através dos casinos aí sediados.

Êtretat e o seu rochedo-agulha que tanto me aproximou de Pessoa á beira-mar ... e poiso de vários impressionistas que aí bebiam o horizonte para depois pintarem a morte das carcaças na praia.


Pequenos portos como Honfleur, onde nos perdemos pela arte que nos chama através de pitorescas galerias projectando o brilho e o calor que falta ao cinza frio de um dia de Inverno;


A arquitectura Normanda que tem tanto de celta como o mar tem de Terra Nova pescada por Normandos;

Deauville, que faz os encantos de veraneantes ,amantes da "belle époque" e os almoços de Domingo em família nos restaurantes da praia em frente ao mercado de crustáceos ... tanta cor e tanta vida por aí passada: O grande hotel, referência para amadores do cinema internacional e o luxo q.b. para quem tem tempo e conforto financeiro para o saborear ,
Marguerite Duras que aí tanto escreveu e amou num apartamento sobre a longa praia do Norte;

E acabando em Rouen, onde o meu coração se entregou á memória de Jeanne d'Arc que ali terá sido queimada, na praça do mercado onde estratégicamente ficámos alojados  para podermos deambular-mo-nos entre o passado e o presente, o sentido mundano da evolução humana e o divino impregnado nas pedras de uma catedral que quis chamar a atenção de Deus.

E tanto ainda para voltar a ver ou a viver um dia mais tarde quando se delinear a rota dos sabores a preservar...

 Já dentro do avião de volta a Lisboa, lia um artigo como muitos últimos que falam da China, mas este numa perspectiva singular e surpreendente de tão arrojada. 

A conjectura sócio-profissional na China tem uma novidade que assegura imediatamente a carreira profissional das mulheres chinesas : a cirurgia plástica.
Desprovida das estatísticas sociais da China , fiquei a saber que neste país onde a procura de uma carreira é o mais importante na vida para uma mulher, o aspecto físico determina o acesso à mesma.
Várias empresas ligadas ao sector terciário e sobretudo financeiro reconfirmam na hora de uma entrevista , o perfil que uma jovem deve adquirir para ter chances de ser admitida para o cargo oferecido, relegando para secundário o desempenho e capacidade das suas futuras funções.

Estas jovens que poupam entre 10.000E a 40.000E para verem as suas carreiras asseguradas, gastam estas modicas quantias nas várias operações cirúrgicas que incluem: rinoplastias, modificação da forma do olhar, estiramento dos ossos das pernas , alongamento do queixo, aumento mamário,etc. Isto tudo para entrarem no mundo do trabalho, depois, logo se vê.
A arte da guerra faz-se, mas agora, de luvas e bisturi.
Onde houve exigência na essência, há agora rigor na forma.
Bem-vindos ao silly/con-valley.
E como viajar não é só moção...contínuo a ler para ver se não perco o fio á meada.

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