quarta-feira, 12 de setembro de 2012

Se sombras...ao sol !




Normalmente não escrevo sobre livros que me decepcionam, mas porque se fez um alarido desmesurado sobre a trilogia de El James - As sombras de Grey - tenho como dever para com os amigos, não recomendar de todo esta obra.
Para além de ser uma literatura paupérrima em estilo e vocabulário não oferece nenhum fio condutor de história para além do "déjà vu" :" rich boy meets naive , virgin girl " e enfiam-se num quarto de fantasias eróticas para nos contarem como chegar ao orgasmo.
Sendo assim, prefiro viver a minha história !

 Para quem está habituado a ver bom cinema onde o erotismo é uma segunda pele e não o instrumento de masturbação, existem filmes que nos deixaram um gosto do que foram boas histórias levadas para a sétima arte : "Último tango em Paris, "Nove semanas e meia" , " Império dos sentidos", e "Tess" para além de outros mais que me escapam agora.

Na literatura e até hoje, só houve um livro que me perturbou pela sua sensualidade constante num mundo distante e quase fazendo parte de um prazer sonhado , desmistificado após a racionalização da efemeridade dos estados de paixão e de enamoramento ; romance do indiano Tarun J Tejpal - " Longe de Chandigarh - que não está traduzido para português.

 Felizmente que durante esta época que não é alta em trabalho, mas também não é baixa suficientemente para serem apelidadas de férias, também houve tempo para me dedicar a actividades no exterior e rever amigos; conhecer novas gentes e começar a tecer relações que me levarão a outras experiências, essas sim, que são a minha vida.

 Quase como se de um balanço se tratasse , este Verão poderá vir a ser um marco a nível de reestruturação social : devido á crise económica que já se faz sentir : nas bombas de gasolina, nos restaurantes e na hotelaria ( que baixou substancialmente os preços), resta assim - gostaria de acreditar - mais tempo para apreciar a companhia que podemos escolher para partilhar momentos sem fernesins ou barulhos de fundo; a descrença nos media que vem a crescer e a consciência que temos de pensar e questionar para além do que nos é anunciado, pois nem governos têm solução para esta ditadura financeira que nos levou á beira do precipício; a educação superior que começa a deixar de ser vista como a tábua de salvação para um futuro radioso...

 Talvez seja agora que a tradição moura , que nos era tão visceral e que cozinhava cumplicidades entre famílias e amigos, volte ás reminiscências do que já foi : as histórias verbais que se passavam como cordas seguradas por marinheiros ávidos de chegar a bons portos e os olhares sequiosos por conclusões que acusavam urgência em procurar desfechos.
Não quero voltar atrás, só gostaria de seguir o caminho mais aprazível para um dia poder dizer com um grande sorriso : cheguei e vou ficar!



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