quinta-feira, 2 de agosto de 2012

Frankly... to Frank !

Frank entrou pela minha vida adentro como se entra num Hall de hotel escuro e se procura alguma luz para poder admirar o inicio de uma estadia.
E, afinal , quem tinha luz nos olhos era mesmo ele. Só que não o sabia. Ofuscava-me  com a sua simplicidade e franqueza... dom, hoje em dia, em vias de extinção.

Muita gente, de muitas origens e de meios sociais díspares viajam pela minha vida , assim como me permitem viajar um pouco no mundo deles quando fazemos interlúdios culturais para sermos mais pessoais. A vida tem como um dos caminhos, a partilha. Nessa partilha pessoal de todo o nosso universo também absorvemos outros universos, alguns tão longínquos que achamos não poderem fazer parte do nosso universo...só por que nos é diferente e tão distante. O ser humano oferece mesmo resistência á mudança.

Lembro-me de ler Borges e pensar que era feliz por ter tido sempre uma curiosidade pessoal em tudo o que era diferente e também por me ter adaptado facilmente a vidas, culturas e países tão diferentes. E realmente foi verdade, enquanto andava nessa viagem de descobrimentos. Nunca pus como hipótese ,um dia escrever sobre como a experiência ao longo dos anos de uma vida pessoal rica pode mudar os parâmetros de comportamento , pois pensava que ia ser irresignada e rebelde para sempre e com causa .

Também nunca foi da minha natureza ou experiência de vida tentar classificar os comportamentos no foro de género humano : masculino/feminino. Embora sempre tivesse tido mais amigos que amigas, isso devia-se ao facto de haverem temas sociais/políticos que eram mais esclarecedores e pragmaticamente discutidos com homens .
No entanto, só mais tarde me fui apercebendo que a média do homem Português e devido á sua educação judaico/cristã e latina , é um homem que escolhe uma mulher com fins procriativos independentemente se consegue ter uma conversa ou intimidade dita decente/ aprazível com a mesma. Poucos querem a companhia da sua companheira para outras tarefas tidas como hobbies ou partilhas intelectuais, o que sempre me deixou triste por o constatar.

Frank apareceu despido de filtros educacionais ou sociais e provou-me para além do meu esquecimento que afinal podemos ser únicos, bons, espertos, francos e ainda guardarmos a criança que tantas vezes é esquecida debaixo de trapos e de carros topo de gama.
Feliz por teres espreitado e entrado na minha vida, Frank.
Eu olhei para a repleta vida dele e assustei-me com tanto poder , mas o seu brilhante olhar de criança foi o hall de entrada.
Let's play it right!


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