Todas as manhãs são diferentes não pelo tempo ou pelo que se passa na paisagem, mas porque no processo do sono também há regeneração, mutação, mesmo que a sensação seja a de eterna imutabilidade...
Os nossos sentidos enganam o processo de percepção e racionalização por estarem intimamente ligados a um comportamento fisico rotineiro , impedindo assim o livre arbítrio do movimento espontãneo.
Existem manhãs assim...
Quando o sonho nos suspende a vida.
“O meu teclado branco espera por mim todas as manhãs.
Também ele já está a perder o brilho das teclas, sinal do uso desenfreado que lhes dou.
Nem sempre consigo chegar e debitar.
Em algumas manhãs há palavras que se soltam e que pedem para ser ditas.
Noutras tenho de ser paciente.
Esperar que as palavras acordem e se queiram dizer. Nunca me rendo à preguiça delas. Quando elas me parecem mais ensonadas escrevo-as mais devagar.
Para que despertem serenamente e não se digam atropelando-se umas às outras.
Elas lá vêm. Eu, qual mãe dedicada, pego-lhes ao colo.
Embalo-as e transformo-as em símbolos alinhados no
meu teclado branco que já está a perder o brilho das teclas”
Também ele já está a perder o brilho das teclas, sinal do uso desenfreado que lhes dou.
Nem sempre consigo chegar e debitar.
Em algumas manhãs há palavras que se soltam e que pedem para ser ditas.
Noutras tenho de ser paciente.
Esperar que as palavras acordem e se queiram dizer. Nunca me rendo à preguiça delas. Quando elas me parecem mais ensonadas escrevo-as mais devagar.
Para que despertem serenamente e não se digam atropelando-se umas às outras.
Elas lá vêm. Eu, qual mãe dedicada, pego-lhes ao colo.
Embalo-as e transformo-as em símbolos alinhados no
meu teclado branco que já está a perder o brilho das teclas”
“O acto de escrever exige continuidade”.
Al Berto
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