Percorro o teu corpo com o meu olhar posto nas nuvens.
O movimento cegamente branco das irregulares formas condensadas inundem-me o coração de calor
de tanto te desejar perto de mim.
O algodão imaginado no céu roça a minha pele;
do teu toque fica a sensação a angorá; e
dispo-me no desejo etéreo de substituir as matérias.
Fico nua após a constatação dos efémeros beijos e
da tua curta passagem por mim,
fica sempre o sabor do amor em tempos de solidão;
acalentado por este feixe de lanternim
serpenteando o tunel que de longo não tem fim.
Não há logro. Não há dor.
Uma restia de esperança de um dia
percorrendo o teu olhar na mesma direcção...a que lhe queiras dar,
onde o tempo não irá mais contar.
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