7h20 am e John, o guia da natureza ja estava `a porta do hotel para me levar para mais um dia de aventuras. Cada dia diferente e melhor, s`o e mais exposta a conhecer novas gentes; e que consolo!
Eramos um grupo internacionalmente sui generes: um casal de russos de ar pesaroso e descontente pelo intenso calor; um casal de irlandeses que conheciam Portugal= Albufeira; 3 surfistas franceses ,estudantes na Suica que me questionavam constantemente pelos timmings dados pelo guia; e japonesas que tremiam de medo assim que as gigantes moscas autoctones da ilha Fraser se aproximavam delas.
John garantiu-me o lugar ao lado dele por ter-me considerado colega de profissao. Nem eu sabia o que esperar de um guia de natureza numa ilha remota....
Fraser Island tem tudo o que se quer ver numa ilha, menos, est`a claro, os ex-autoctones...aborigenes.
A passagem para a ilha `e feita de ferry onde vao todos os jipes, pois nao `e permitido outro genero de veiculos devido ao solo arenoso e sujeito a criar dunas pela falta de chuva.
No entanto, existe uma floresta tropical, densa como so imaginamos numa Amazonia: eucaliptos de varios tipos, sanitays ( especie de tronco robusto como o sobreiro,mas nao tao leve) utilizado para a industria naval, construcao do canal Suez e as docas de Londres: assim como todas as outras arvores ali plantadas desde o sec.19 com a finalidade da sua comercializacao. Desde entao, varias outras especies se adaptaram trazidas por ventos, outras fungos consequentes da humidade criada por este novo habitat. O resultado `e exuberante.
Toda a fauna parece sinergeticamente envolvida com a floresta e decidida a prestar ao mundo mais um lugar idilico para consolar a alma. Ate cobras-pitons verdes e amarelas relembram-nos as cores da Australia - no mundo do desporto - e aparecem quando menos se espera.
Uma ilha que parece tao naturalmente selvagem foi, afinal pensada e preparada para ser rentavel ao continente e alem-mar.
O exotico da viagem `e sem margem de duvida, entrar na auto-estrada da ilha que `e tao somente o areal vasto `a beira-mar a perder-se de vista...enquanto a mar`e est`a vazia. A sinaletica ajuda os condutores a manterem os limites de velocidade e a partilharem a mesma via com as avionetas enquanto que os turistas procuram avidamente um dingo a passear como se anunciam nos folhetos turisticos; e l`a est`a um que se aproxima do mar e todos se aproximam ao lado direito do carro para eternalizarem o evento. Afinal s`o aqui `e que existem estes caes selvagens e magrerrimos por ninguem lhes poder dar de comer.
Eli creek `e a ribeira que nos oferece a 1a chance de nos banharmos. `Agua doce que tem o seu termino no oceano,assim como as centenas de outras ribeiras que vagueiam sem barulho por leitos de areia de graos de quartz, branca , limpida e criando uma flora verdejante unica que s`o cresce em agua purissima. Um regalo de ver e de usufruir.
Passo a parte do almoco que nao tem impacto nenhum neste dia, mas tambem nao `e pela cozinha Australiana que me desloco.
Desde pequena que sonhava em um dia poder visitar o lago Makenzie por ter uma forma de coracao enorme e ...j`a me parecia uma boa razao.
As imagens que vemos em livros de fotos tiradas do ar para evidenciar a sua forma nao sao fieis `a beleza que realmente nos `e presenteada assim que l`a chegamos. `E necessario um afastamento emocional da projeccao idilica de cada um para nao verter uma lagrima de contentamento no momento da descoberta.
Foi no barco de regresso que senti que poderia comecar a chorar de felicidade por ter visto tanta beleza num s`o dia e esse dia ter que terminar sem saber se alguma vez terei um dia tao romantico quanto este. Nao fosse o termo "romance" ter sido completamente adulterado pelos escritores j`a no final do sec.19 - quando os seus instinctos amorosos eram enaltecidos pelo bem-estar desse amago sensorial vivido pela apreensao da natureza - poderia dizer que este foi o dia mais romantico que algum dia tive, sozinha.
Eramos um grupo internacionalmente sui generes: um casal de russos de ar pesaroso e descontente pelo intenso calor; um casal de irlandeses que conheciam Portugal= Albufeira; 3 surfistas franceses ,estudantes na Suica que me questionavam constantemente pelos timmings dados pelo guia; e japonesas que tremiam de medo assim que as gigantes moscas autoctones da ilha Fraser se aproximavam delas.
John garantiu-me o lugar ao lado dele por ter-me considerado colega de profissao. Nem eu sabia o que esperar de um guia de natureza numa ilha remota....
Fraser Island tem tudo o que se quer ver numa ilha, menos, est`a claro, os ex-autoctones...aborigenes.
A passagem para a ilha `e feita de ferry onde vao todos os jipes, pois nao `e permitido outro genero de veiculos devido ao solo arenoso e sujeito a criar dunas pela falta de chuva.
No entanto, existe uma floresta tropical, densa como so imaginamos numa Amazonia: eucaliptos de varios tipos, sanitays ( especie de tronco robusto como o sobreiro,mas nao tao leve) utilizado para a industria naval, construcao do canal Suez e as docas de Londres: assim como todas as outras arvores ali plantadas desde o sec.19 com a finalidade da sua comercializacao. Desde entao, varias outras especies se adaptaram trazidas por ventos, outras fungos consequentes da humidade criada por este novo habitat. O resultado `e exuberante.
Toda a fauna parece sinergeticamente envolvida com a floresta e decidida a prestar ao mundo mais um lugar idilico para consolar a alma. Ate cobras-pitons verdes e amarelas relembram-nos as cores da Australia - no mundo do desporto - e aparecem quando menos se espera.
Uma ilha que parece tao naturalmente selvagem foi, afinal pensada e preparada para ser rentavel ao continente e alem-mar.
O exotico da viagem `e sem margem de duvida, entrar na auto-estrada da ilha que `e tao somente o areal vasto `a beira-mar a perder-se de vista...enquanto a mar`e est`a vazia. A sinaletica ajuda os condutores a manterem os limites de velocidade e a partilharem a mesma via com as avionetas enquanto que os turistas procuram avidamente um dingo a passear como se anunciam nos folhetos turisticos; e l`a est`a um que se aproxima do mar e todos se aproximam ao lado direito do carro para eternalizarem o evento. Afinal s`o aqui `e que existem estes caes selvagens e magrerrimos por ninguem lhes poder dar de comer.
Eli creek `e a ribeira que nos oferece a 1a chance de nos banharmos. `Agua doce que tem o seu termino no oceano,assim como as centenas de outras ribeiras que vagueiam sem barulho por leitos de areia de graos de quartz, branca , limpida e criando uma flora verdejante unica que s`o cresce em agua purissima. Um regalo de ver e de usufruir.
Passo a parte do almoco que nao tem impacto nenhum neste dia, mas tambem nao `e pela cozinha Australiana que me desloco.
Desde pequena que sonhava em um dia poder visitar o lago Makenzie por ter uma forma de coracao enorme e ...j`a me parecia uma boa razao.
As imagens que vemos em livros de fotos tiradas do ar para evidenciar a sua forma nao sao fieis `a beleza que realmente nos `e presenteada assim que l`a chegamos. `E necessario um afastamento emocional da projeccao idilica de cada um para nao verter uma lagrima de contentamento no momento da descoberta.
Foi no barco de regresso que senti que poderia comecar a chorar de felicidade por ter visto tanta beleza num s`o dia e esse dia ter que terminar sem saber se alguma vez terei um dia tao romantico quanto este. Nao fosse o termo "romance" ter sido completamente adulterado pelos escritores j`a no final do sec.19 - quando os seus instinctos amorosos eram enaltecidos pelo bem-estar desse amago sensorial vivido pela apreensao da natureza - poderia dizer que este foi o dia mais romantico que algum dia tive, sozinha.
ó amiga... que maravilha de passeio. Esse teu sentimento de plenitude romântica...parece me inteiramente justificado! Como eu gostaria de ter visto isso tudo!!! Partilhado os teus comentários e vivido as emoções contigo... A natureza é sem qualquer dúvida um, senão "o", bem maior..criado com intenções ou não, ela existe primeiro que tudo e dá-nos uma sensação de grandiosidade incomparável. Faz nos sorrir e até chorar de felicidade, sobretudo sozinhos...
ResponderEliminarOlá Carlota!
ResponderEliminarPois é, sózinha mas com pensamentos retrospectivos, realmente não podermos ver o nosso coração ou o do próximo mas vermos um lago em forma de coração é mesmo espectacular! Mas o romance está dentro de nós, a natureza ajuda mas a nossa interpretação é que conta, por isso vamos usufruir da natureza com a plenitude dos nossos sentidos...
Continuação de boas aventuras, votos do
Zé Manel