Fico sempre perplexa quando vejo o que se
passa na cabeça de homens com responsabilidades sociais e familiares ,
desresponsabilizando-se dos seus papéis enquanto parte integrante da
sociedade e dizendo, simplesmente, que não tencionam mudar o mundo ;
pelo contrário...com o poder que têem, muito ou pouco, continuam no seu
egocentrismo baseado em assegurar o seu perímetro quadrado e não mexer
mais a não ser para criar mais riqueza a quem a tem.
Vivam muito tempo para terem o retorno dessa leviandade!
E que algum dia não se venham a arrepender do legado que deixaram aos seus estimados filhos.
A Terra consegue renovar-se, felizmente, por aquilo que sabemos até agora, mas não há evidência que salvará a humanidade.
sexta-feira, 7 de fevereiro de 2014
sexta-feira, 25 de outubro de 2013
Para os meus pilares/amigas que têm o meu mar no seu olhar .
"Há mulheres que trazem o mar nos olhos
Não pela cor
Mas pela vastidão da alma
E trazem a poesia nos dedos e nos sorrisos
Ficam para além do tempo
Como se a maré nunca as levasse
... Da praia onde foram felizes
Há mulheres que trazem o mar nos olhos
pela grandeza da imensidão da alma
pelo infinito modo como abarcam as coisas e os Homens...
Há mulheres que são maré em noites de tardes
e calma."
Sophia M.B.Andersen
sexta-feira, 11 de outubro de 2013
Há quem ainda procure uma rainha ...
Felizmente, que este homem não fundou uma escola para formar crianças como em tempos lhe tinha passado pela cabeça!
Imaginem as vossas crianças a ouvirem estas barbaridades como referências :
"If you want to get ahead in life marry with someone who also wants to get ahead"
"I have seen
this graph (below) in The Atlantic. What we see is that the only group
that raised their income since the 70's are the couples that both work.
Why is this?
Why the single Dad & the single mom didn't improve?Why the married
couples where only one of them works didn't improve at all?
I have 2 explanations:
1.Only the top
tier of the educated/knowledge improved in the last 30 years. The
Globalization/Automation is killing the middle class. Jobs are being
replaced by machines and some middle class jobs were transferred to
third world. I guess most of the top tier American can and do
live together and both work.
2.If both
parties in a household work they can accept/accommodate the fact the
other need to work overtime, has to travel, to put some sleepless
nights, etc... When you are married with someone that doesn't work and
expects you at home for dinner, usually they don't compromise and they
want you home early. People that don't work want they husband/wife to
have a balanced life. When you have a balanced life you go nowhere!"
By F.M.C.
By F.M.C.
É sempre bom relembrar a estes homens que não somos um número para adicionar ou para diminuir.
E triste, é saber o que vai na cabeça deste homem e admirá-lo por tantos desiquilibrios estruturais.
Felizmente, que existem pessoas mais clarividentes que nos chamam á razão e nos mostram a verdade a tempo de evitar mais manipulações ; tão subtis ,quanto a simples técnica de parecer tótó quando de facto é só uma técnica de disfarce para encobrir o verdadeiro carácter.
Prefiro ensinar aos pequenos que o casamento é um voto de confiança e de amor entre duas pessoas do que um compromisso financeiro esquematizado para levar á riqueza material de ambos.
Vivam as histórias de casamentos onde há paz, confiança, partilha, cumplicidade e respeito. O resto são negócios!
Afinal, quem é que acredita em histórias de reis e rainhas ?
sábado, 27 de julho de 2013
O tardio nascer do sol
José Talentino Mendonça foi-me dado a conhecer por uma amiga transmontana por quem tenho um grande carinho ; e desde aí que sigo por perto todas as crónicas deste homem tão sábio , delicado e próximo de Deus... do seu Deus.
São pessoas diferentes como Talentino que me fazem acreditar que, o bem personificado existe, e pode ajudar a relembrar-mo-nos a finalidade da nossa passagem pela Terra, construir um mundo verdadeiro e em osmose com a natureza. Começando pela palavra.
As suas histórias são sempre uma dádiva do ensinamento do que é ser nobre e a sua poesia é de uma sensibilidade da mais fina seda oriental quase transparecendo o sentido feminino pouco absorvido pelo homem.
Hoje transcrevo a sua história que me faz recordar uma outra vida :
"Lembro-me de uma história que uma querida amiga me contou. O seu pai era juiz em Itália. Um homem severo e absorto, sem tempo a desperdiçar, sem grande vontade de levantar os olhos do seu importante mundo,ainda menos para escutar as minudências porque passavam os miúdos. Ela cresceu, formou-se e, durante os primeiros anos, chegou a trabalhar como secretária do pai. Essa proximidade em nada alterou o quadro que conhecia: continuavam dois estranhos, com uma relação puramente formal e um mundo submerso de coisas por dizer. Ela conta que um dia fizeram uma viagem de trabalho a uma das ilhas gregas. Foram de barco, e podemos imaginar os longos tempos de travessia.
De madrugada, porém, sobressaltada, ela percebe que o pai está no seu camarote, a acordá-la. Fixa-o sem perceber bem o que se está a passar. E ele diz-lhe : "Vem ver o sol que está a nascer. É enorme, enorme. Vem depressa. Vais gostar. Vem." Muitos anos depois, o pai já tinha morrido esta história tinha-se passado há décadas, a minha amiga confiava-me :
" Se ele tivesse feito pelo menos mais uma coisa destas, pelo menos mais uma, eu ter-lhe -ia perdoado tudo "
A caixa dos brinquedos de cada um de nós deveria ser declarada património imaterial da humanidade"
Eternamente agradecida a Conceição Camelo por me suportar e apoiar em todos os meus momentos menos bons.
São pessoas diferentes como Talentino que me fazem acreditar que, o bem personificado existe, e pode ajudar a relembrar-mo-nos a finalidade da nossa passagem pela Terra, construir um mundo verdadeiro e em osmose com a natureza. Começando pela palavra.
As suas histórias são sempre uma dádiva do ensinamento do que é ser nobre e a sua poesia é de uma sensibilidade da mais fina seda oriental quase transparecendo o sentido feminino pouco absorvido pelo homem.
Hoje transcrevo a sua história que me faz recordar uma outra vida :
"Lembro-me de uma história que uma querida amiga me contou. O seu pai era juiz em Itália. Um homem severo e absorto, sem tempo a desperdiçar, sem grande vontade de levantar os olhos do seu importante mundo,ainda menos para escutar as minudências porque passavam os miúdos. Ela cresceu, formou-se e, durante os primeiros anos, chegou a trabalhar como secretária do pai. Essa proximidade em nada alterou o quadro que conhecia: continuavam dois estranhos, com uma relação puramente formal e um mundo submerso de coisas por dizer. Ela conta que um dia fizeram uma viagem de trabalho a uma das ilhas gregas. Foram de barco, e podemos imaginar os longos tempos de travessia.
De madrugada, porém, sobressaltada, ela percebe que o pai está no seu camarote, a acordá-la. Fixa-o sem perceber bem o que se está a passar. E ele diz-lhe : "Vem ver o sol que está a nascer. É enorme, enorme. Vem depressa. Vais gostar. Vem." Muitos anos depois, o pai já tinha morrido esta história tinha-se passado há décadas, a minha amiga confiava-me :
" Se ele tivesse feito pelo menos mais uma coisa destas, pelo menos mais uma, eu ter-lhe -ia perdoado tudo "
A caixa dos brinquedos de cada um de nós deveria ser declarada património imaterial da humanidade"
Eternamente agradecida a Conceição Camelo por me suportar e apoiar em todos os meus momentos menos bons.
segunda-feira, 22 de julho de 2013
Ondulando entre mar e amor
Cheira a descontração, mesmo que haja contração económica, social e intelectual dos chamados governantes deste país.
Os turistas espantam-se com o potencial deste paraíso escondido no fim da Europa e insistem em que temos que soltar ao vento as boas coisas que não queremos vender...
Retenho o meu comentário e finalmente concordo que estas praias infinitamente onduladas de dunas e de escarpas cor de ferro são mais agradáveis como estão...quase abandonadas ás delícias da solidão de quem se queira entregar á beleza da briza salgada colada aos rostos de felicidade de gostar da simplicidade do sentir.
Sem toque ,não poderia sentir a amalgama do teu corpo
á deriva
entre a corrente marítima e os meus braços;
Oiço a tua respiração que se confunde com o ondular desenrolado nos nossos pés;
Sinto a tua boca salgada , mas não sei se bebo o mar
ou se são ambos a minha sede de perdição;
Emaranhado nos meus cabelos sinto os teus dedos de odor a nós, após o amor.
E Vejo-te sempre que olho este mar
infinitamente com a cor dos teus olhos
espelhando o que de melhor trago para te oferecer.
Aqui na areia seca deambulo sobre tudo isto que te dou sem reservas:
o mundo pintado de azul do céu á terra
passando pela ténue linha do horizonte
onde permanece a nossa linha por decifrar.
terça-feira, 16 de julho de 2013
Para o meu coração basta o teu peito,
para a tua liberdade as minhas asas.
Da minha boca chegará até ao céu
o que dormia sobre a tua alma. És em ti a ilusão de cada dia.
Como o orvalho tu chegas às corolas.
Minas o horizonte com a tua ausência.
Eternamente em fuga como a onda.
Eu disse que no vento ias cantando
como os pinheiros e como os mastros.
Como eles tu és alta e taciturna.
E ficas logo triste, como uma viagem.
Acolhedora como um velho caminho.
Povoam-te ecos e vozes nostálgicas.
Eu acordei e às vezes emigram e fogem
pássaros que dormiam na tua alma.
Pablo Neruda, in "Vinte Poemas de Amor e uma Canção Desesperada
Esta deveria ser a canção saída da tua boca ... de manhã, de vez em quando, ao despertar ...quando me procuras instintivamente no teu corpo.
domingo, 14 de julho de 2013
Alguém parte uma laranja em silêncio, à entrada
de noites fabulosas.
Mergulha os polegares até onde a laranja
pensa velozmente, e se desenvolve, e aniquila, e depois
renasce. Alguém descasca uma pêra, come um bago de uva, devota-se
aos frutos. E eu faço uma canção arguta
para entender.
Inclino-me para as mãos ocupadas, as bocas,
as línguas que devoram pela atenção dentro.
Eu queria saber como se acrescenta assim
a fábula das noites. Como o silêncio
se engrandece, ou se transforma com as coisas. Escrevo
uma canção para ser inteligente dos frutos
na língua, por canais subtis, até
uma emoção escura.
Porque o amor também recolhe as cascas
e o mover dos dedos
e a supensão da boca sobre o gosto
confuso. Também o amor se coloca às portas
das noites ferozes
e procura entender como elas imaginam seu
poder estrangeiro.
Aniquilar os frutos para saber, contra
a paixão do gosto, que a terra trabalha a sua
solidão - é devotar-se,
esgotar a amada, para ver como o amor
trabalha na sua loucura.
Uma canção de agora dirá que as noites
esmagam
o coração. Dirá que o amor aproxima
a eternidade, ou que o gosto
revela os ritmos diuturnos, os segredos
da escuridão.
Porque é com nomes que alguém sabe
onde estar um corpo
por uma ideia, onde um pensamento
faz a vez da língua.
- É com as vozes que o silêncio ganha.
Herberto Helder in Ou o poema contínuo
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