Passar pelo Guincho, a que horas forem , independentemente da estação do ano é sempre uma lufada de ar fresco .Venham os turistas do Norte da Europa, do extremo asiático ou do sul de África ninguém fica imune ao poder da natureza.
Mais uma vez lembrei-me de Turner e da importância da cristalidade da água; dos mares revoltosos; da tragédia anunciada e da luz sempre intemporal.
Se por vezes não conseguimos organizar e dominar os pensamentos, perante este espectáculo onírico, a mente desagua no oceano e tudo o que era problema ou questão desvanece-se e passa-se a um estado contemplativo de pré-meditação ....se nos conseguíssemos alhear de tal beleza...
São estes dias que me vão preenchendo esta ansiedade inata de tudo querer conquistar,
Que me fazem acreditar por breves momentos que a solidão é só:
Eu e a impossibilidade de não poder partilhar tudo isto com alguém.

